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Doce e saboroso: A delícia inexplicável do mel roraimense

Aliada às práticas agrícolas, a apicultura gera benefícios para todos os envolvidos – Divulgação

Cacau Bastos

RORAIMA Uma iguaria produzida pelas abelhas, de sabor adocicado e marcante. Estamos falando do mel roraimense, que se destaca por sua singularidade. Quem consome sabe, é especial!

O mel produzido aqui possui cerca de nove variedades, entre tonalidades e sabores, resultado da diversidade das floradas da região. Fato quase único, segundo especialistas.

Sua utilização como alimento ou ingrediente das mais diversas variações, – que vai dos quitutes da confeitaria ao tratamento de infecções respiratórias, por exemplo, ocorre há milhares de anos.

Os nascidos na Amazônia, provavelmente já tiveram sua garganta curada com mel, limão, alho e outras misturas que têm cheiros que remetem à infância. É importante frisar que, independente da sua tonalidade e florada, a qualidade do mel é garantida.

A apicultura brasileira é um das poucas atividades agropecuárias que podem ser caracterizadas como ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa.

De acordo com dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), foram produzidas, no Brasil, 55.828 mil toneladas de mel, em 2021. Dessas, 47 mil toneladas foram exportadas; 33 mil toneladas tiveram como destino final os Estados Unidos.

Mercado do mel movimenta R$ 5 milhões por ano em RR

Mel e seus derivados fazem parte de uma extensa cadeia produtiva – Divulgação

A produção do mel roraimense cresce e se destaca. Segundo a Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), o setor da apicultura movimenta cerca de R$ 5 milhões por ano.

A apicultura local funciona sem a interferência humana, ou seja, as abelhas saem das caixas, procuram o néctar e retornam para produzirem o mel.

A última safra 2022/2023, foi de 190 toneladas, afirma Josias Rufino, presidente da Cooperativa Roraimel. A estimativa para a safra atual,  2023/2024, que iniciou o neste mês e segue até abril do ano vem, é bastante positiva, com expectativa de produção acima de 300 toneladas.

Fundada há quase três anos, a sede da Cooperativa Roraimel está localizada na região do Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, e hoje possui 62 cooperados. A produção já possui o SIE (Selo de Inspeção Estadual), concedido pela Agência de Defesa Animal de Roraima (Aderr), que garante a boa procedência do mel e possibilita a produção. Além disso, foi renovado também o Termo de Autorização de Uso de Bem Público, para que a associação continue utilizando o prédio pertencente ao Governo de Roraima.

Entraves para a expansão

Mel é utilizado para alimentação, estética, tratamento de saúde, entre outros – Divulgação

Conforme o presidente do Roraimel, Josias Rufino, atualmente há vários parceiros querendo fechar contratos com a cooperativa, porém, como ainda não possuem o Selo de Inspeção Federal (SIF), não é possível assinar esses contratos.

“O prédio atual não está dentro das normas que o SIF exige, por isso, estamos tentando conseguir um terreno junto ao Governo do Estado, para construir uma planta dentro do padrão para conseguir este selo. São quatro empresas no exterior querendo fechar contrato: em Barbados, Portugal, Dubai e na Alemanha”, frisou Josias. Com a construção de um novo prédio dentro das normas e com a obtenção do SIF, Roraima terá a primeira indústria de mel da região Norte.

Produção do mel em números

Entre os anos de 2020 a 2021, foram exportadas mais de 200 toneladas de mel em Roraima. Para consumo local, são cerca de oito a dez toneladas por mês. Atualmente, são beneficiadas no Estado cerca de 30 toneladas de mel mensalmente.

A produção de mel vem crescendo a cada ano, diversos fatores como crescimento da demanda, valorização do mercado e estímulo aos pequenos produtores, fazem parte do momento de expansão do mel em Roraima.

Outro fator importante para estimular a cadeia produtiva, é pensar em maneiras de aumentar o consumo local. Dados da Associação Brasileira de Estudo das Abelhas, apontam que a média mundial de consumo de mel está em torno de 240 gramas per capita por ano, enquanto o consumo interno brasileiro é um dos menores já registrados, ficando em apenas 60 gramas.

Desse consumo no país, 53% é destinado para adoçar bebidas, frutas ou para consumo in natura; 35% é levado para a indústria de alimento e 11% é destinado a indústria de cosméticos, tabaco e ração animal.

Em Roraima, a cooperativa Roraimel possui contrato com o Governo Estadual e com a Prefeitura de Boa Vista. O mel é entregue regularmente nas escolas públicas e faz parte da merenda escolar. Os municípios que mais produzem mel, são: Boa Vista, Cantá, Bonfim e Alto Alegre. Em mercados locais, a garrafa envasada de mel, com aproximadamente 1.400 kg, custa em média R$ 35,00.

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