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Mostra Internacional do Cinema Negro tem representantes de Roraima 

Documentário “A Arte Alimenta a Vida” e a ficção “Nome Sujo” serão exibidos até 15 de novembro por meio do streaming Cine Petra Belas Artes de São Paulo – Zeca Barcellos e Laudinei Sampaio

VANESSA LIMA

RORAIMA Roraima está representado com dois títulos na 19ª Mostra Internacional do Cinema Negro, que acontece até esta quarta-feira, 15, em formato digital. Ao todo, o evento apresenta 25 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, que serão exibidos gratuitamente no “À La Carte”, serviço de streaming do Cine Petra Belas Artes de São Paulo. 

A ficção “Nome Sujo” (Brasil, 2022, 14 min), de Artur Roraimana, é um dos trabalhos exibidos na mostra. A narrativa conta a história de Lucas, um jovem adulto que tem o sonho de trabalhar com fotografia, mas não consegue comprar uma câmera e que precisa lidar com a responsabilidade de trabalhar para se sustentar. A classificação indicativa é de 16 anos. 

“Nome Sujo é meu primeiro curta metragem de ficção. A ideia para o roteiro surgiu na disciplina de Roteiro I quando eu ainda cursava cinema e audiovisual na Universidade Federal de Sergipe. Em 2020 eu consegui recursos através da Lei Aldir Blanc e finalmente consegui tirar a ideia do papel, com a ajuda da Platô Filmes”, detalhou Roraimana.

Ele informou ainda que o filme já participou de outras mostras de cinema negro, como a Mostra Adinkra de Cinema Afroamazônico. “Através de Nome Sujo e outras obras, Roraima ocupa cada vez mais as telas pelo mundo todo. É uma honra imensa representar o cinema negro feito em Roraima. E espero que outras pessoas negras vejam que é possível sim ter as nossas narrativas representadas em outras telas pelo mundo”, destacou o diretor. 

Outro filme presente na mostra é “A Arte Alimenta a Vida” (Brasil, 2022, 12 min). O documentário de Éder Santos, acompanha parte da rotina de Done Santos, jovem artista plástico indígena, músico, pesquisador e universitário, que trabalha com arte indígena contemporânea em Boa Vista e também dirige o trabalho cinematográfico.  

“Done é um jovem artista que nos orgulha e representa. O curta nos permite um mergulho audiovisual no universo sagrado da arte do jovem artista, que destaca-se pelo sensível trabalho artístico e político de resistência, expresso em telas, camisetas, artefatos, instrumentos e esculturas que produz de forma independente”, destaca Santos. 

A proposta do documentário é focada na afirmação da cultura e tradição dos povos indígenas de Roraima. De acordo com a biografia do filme, “a formação política exige tempo e dedicação. Em tempos de desmontes dos direitos conquistados, a resistência dos povos indígenas é exemplo de enfrentamento. O que está em jogo é mais que a democracia: é nossa sobrevivência”. 

Durante o curta, os desenhos propostos pelo artista têm a função de criar um eixo narrativo que dialoga com falas sobre arte, política e ancestralidade. Destaque para a trilha sonora final do filme de autoria da Banda Kruviana, projeto de extensão da Universidade Federal de Roraima (UFRR), no qual Done faz parte com outros integrantes indígenas e não-indígenas.   

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