Jornalista e professora. Atualmente se dedica ao ensino de línguas, sua verdadeira vocação. É docente da UERR há mais de 10 anos, onde desenvolve projetos para a comunidade acadêmica e para o público externo também.
Ao receber o convite para ser colunista neste site de notícias fiquei feliz, pois teria liberdade para escrever um gênero textual diferente dos que estou habituada no meio acadêmico; quando fazemos mestrado e doutorado ficamos um pouco presos à escrita científica (resenhas, artigos científicos, dissertações e teses), sempre formal, seguindo estruturas e padrões específicos.
Esta coluna será uma experiência nova e diferente também do que costumava escrever quando ainda atuava como jornalista. Espero poder levantar alguns questionamentos sobre o tema da educação e provocar reflexões nos leitores deste meio de comunicação, ainda que sejam opostas à minha opinião, já que o objetivo é justamente incentivar o pensamento crítico. O pensamento que não impõe fronteiras, que não busca verdades absolutas, como o nome desta coluna já destaca.
A coluna Educação sem fronteiras não tratará de questões relacionados à nossa tríplice fronteira, embora algumas vezes nossa localização geográfica poderá ser o ponto de partida para alguns debates. A ideia é ultrapassar as fronteiras, todos os tipos de fronteiras que, em geral, são impostas pela sociedade e pelo próprio sistema educativo brasileiro.
Com estes textos, tentarei derrubar barreiras geográficas, linguísticas, culturais e sociais tão presentes no cotidiano da educação, e quando uso a palavra educação, refiro-me também à educação que vem de casa ou deveria vir. Quero dizer que a primeira fronteira que devemos ultrapassar é a nossa, refletindo sobre o que entendemos por educação e de quem acreditamos ser a responsabilidade de educar.
Que tipo de educação queremos para os nossos filhos? Será que a escola deve fazer todo o trabalho? A obrigação dos pais não é apenas a de matricular os filhos na escola, seja ela pública ou particular; podendo ser a mais conceituada e mais moderna da cidade. A educação vai muito além disso! Os pais devem participar ativamente do processo, acompanhando a rotina diária de deveres e trabalhos escolares, orientando quanto ao respeito, à dedicação e à organização dentro e fora da escola.
A Constituição Federal prevê a educação como dever do Estado e da família. Da mesma forma, o Estatuto da Criança e do Adolescente expressa o dever da presença familiar na educação das crianças. Porém, muito além do âmbito jurídico, a educação dever ser vista desde o viés social. Não é minha intenção destacar questões de famílias consideradas "desestruturadas", mas alertar as famílias de uma forma geral.
Com a vida contemporânea que nos exige cada vez mais engajamento nos meios digitais e com o advento das redes sociais usadas não apenas para entretenimento, também para trabalho e estudo, é comum desviar a atenção que deveríamos ter com os filhos. O tempo de qualidade que antes compartilhávamos em atividades em família está se perdendo. Os valores que aprendemos com nossos pais nem sempre estão sendo repassados aos nossos filhos.
Portanto, não permita que se criem fronteiras na educação familiar: a falta de tempo não deve ser uma fronteira e muito menos o uso das novas tecnologias deve criar barreiras para educação.
Com estas reflexões de mãe e educadora dou início a esta coluna. Com a certeza de que devemos rever e repensar nossas atitudes o tempo todo.