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A soja como ponto de partida para alavancar a agroindústria roraimense

A estrutura da indústria impressiona pela grandiosidade – Divulgação

Cacau Bastos

RORAIMA A empresa Serra Verde é hoje considerada um dos grandes marcos do desenvolvimento do agronegócio em Roraima. É a primeira agroindústria de beneficiamento de soja instalada no Estado.

Com as obras iniciadas em 2021, é um complexo industrial para esmagamento e beneficiamento da soja. O parque está construído em uma área de 300 mil metros, localizado na BR-174, na região do Monte Cristo, a cerca de 10 km da área urbana de Boa Vista.

Segundo o sócio-proprietário e diretor do Grupo Serra Verde, Felipe Castro, a condução de políticas públicas em Roraima favoreceu a implantação do projeto. “Nenhum empresário investiria sem saber da viabilidade e do retorno”, pontua.

O empresário acredita nas oportunidades que a empresa Serra Verde proporciona com a sua instalação em terras roraimenses. “Estamos a todo vapor esmagando e iniciamos a construção do refino e envase que será concluído no início de 2024. Inicialmente houve um investimento de R$ 150 milhões e agora para o refino do óleo de soja estamos investindo mais R$ 25 milhões”, explica Castro.

Os números são impressionantes. Em agosto de 2022, iniciou-se o recebimento de grãos e armazenagem. O galpão possui a capacidade de armazenar até 72 mil toneladas estáticas, chegando a receber cerca de 3.500 toneladas de grãos por dia, movimentando mais de 300 toneladas por hora. Em outubro do mesmo ano, foi iniciado o esmagamento da soja.

Com o refinamento do óleo de soja previsto para iniciar em 2024, a Serra Verde terá a capacidade de esmagar 1.000 toneladas de soja e refinar 250 toneladas de óleo de soja por dia. O local tem a capacidade de armazenar cerca de 2 milhões de tancagem de óleo refinado, além de produzir 770 toneladas de farelo de soja por dia e armazenagem de até 19 mil toneladas.

Com o início do refino e envase do óleo de soja, a expectativa é de produção de 6 milhões de garrafas pet de óleo de soja por mês. Durante a construção do complexo industrial, cerca de 400 empregos diretos foram criados e atualmente são 150 empregos diretos e 2.200 empregos indiretos.

O esmagamento da matéria-prima e exportação para países caribenhos

A produção a todo vapor e a aceitação do mercado caribenho – Felipe Castro

Felipe Castro afirma que a instalação da indústria no Estado de Roraima se deve principalmente a segurança energética e jurídica. “A Serra Verde só aconteceu, porque a gente passou a ter a segurança energética, e a segurança jurídica da titulação. Não se constrói uma indústria desse tamanho, com um investimento de R$ 150 milhões, sem essa garantia”, frisa.

O secretário de Atração de Investimentos do Estado de Roraima, Aluizio Nascimento, destaca que para Roraima foi muito importante a implantação da Serra Verde Agroindústrial, uma vez que o investimento de grande porte movimentou a economia, com a geração de emprego e renda.

“O mais importante, é essa alternativa fundamental para a valorização dos produtores de soja, independente do tamanho, pois a nossa soja agregará valor. Onde nós possamos ter mais farelos para as rações e a partir de janeiro, fevereiro de 2024,  no máximo, teremos o óleo já refinado, quando todas as famílias de Roraima vão ter mais uma alternativa para o seu consumo. E isso tudo agrega valor para todo mundo, valorizando ainda mais a cadeia produtiva da soja”, ressalta Nascimento.

E com a produção de soja a todo vapor, resultado de uma safra de alta qualidade neste ano, a primeira grande venda foi bem sucedida, com o envio de 8 mil toneladas de farelo para o Caribe.  Também já foram comercializadas 2 mil toneladas do produto para a Guiana.

Pequenos produtores e a cadeia produtiva
Serra Verde é equipada com o que há de mais moderno em tecnologia – Divulgação

Outro benefício para a produção roraimense é que o farelo de soja, produzido na indústria esmagadora, irá impactar no desenvolvimento da pecuária, avicultura, suinocultura e piscicultura de Roraima.

O farelo de soja é a base da ração animal para a produção de peixe, frango, porco, enfim, para a produção de carne. E o pequeno produtor poderá comprar o farelo aqui mesmo no Estado, ou seja, a indústria poderá vender direto para o agricultor familiar, que terá uma redução de custos, evitando a importação.

O farelo de soja antes era comprado de outros estados e com isso, além do custo, ainda tinha o tempo de espera, que podia chegar 20 dias, fazendo com que o os produtores precisassem estocar o produto ou comprá-lo a preços nada competitivos.

Ainda segundo o empresário Felipe Castro, “é natural que na sequência as demais cadeias produtivas de proteína animal se instalem em Roraima em razão da oferta de farelo de soja que compõe em 33% na média a ração de frangos, suínos e peixe”, explica.

Essa é a grande aposta da virada do agronegócio no Estado, fazendo com que o desenvolvimento aconteça de forma muito mais rápida, com a chegada da indústria.

“Nenhum empresário investiria sem saber da viabilidade e do retorno”, pontua Felipe Castro  – Divulgação

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