O mês em homenagem ao aleitamento materno, o Agosto Dourado, já passou, mas a discussão sobre o tema é importante todos os dias. É preciso lembrar que a data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para incentivar a amamentação exclusiva. Mas mesmo sendo muito divulgado que o leite materno é o melhor alimento para o bebê, ainda assim os dados revelam que o aleitamento exclusivo ainda está abaixo do esperado.
Antes de culpar a mãe - infelizmente isso ocorre mais do que gostaríamos -, é preciso avaliar todo o contexto que essa maternidade está inserida. Pode ser que a produção de leite esteja insuficiente, pode ser pelo excesso de trabalho doméstico. Quem sabe seja pela falta de rede de apoio, e ou, até me arrisco em afirmar que seja tudo isso junto, acrescentando o fim da licença-maternidade. Nas empresas privadas, esse retorno em sua maioria já se dá ao final do quarto mês. Realmente amamentar exclusivamente o filho de leite materno acaba sendo impossível.
Para a OMS, a recomendação é de seis meses de amamentação exclusiva, e continuar até a criança completar dois anos, pelo menos. Mas e o retorno ao trabalho? Não tem como negar, leite materno salva vidas, do seu filho e de tantas outras crianças que precisam da doação, pois estão em UTI’s espalhadas pelo Brasil. A qualidade do líquido precioso que nós mulheres produzimos está acima de qualquer lata vendida numa farmácia ou supermercado. Porém, é preciso refletir sobre toda essa responsabilidade que cai absolutamente apenas na mulher, mãe “recém-parida”.
Quando o bebê nasce, é recomendado já iniciar a amamentação, que recebe o nome de hora dourada. Frederico, assim que nasceu, já foi para o peito, estava faminto, parto normal, como a enfermeira explicou, fez muita força participando ativamente do nascimento. O leite desceu dois dias depois, chorava de fome, tomou alguns copinhos oferecido na maternidade, pois precisava fazer xixi.
Frederico mamou exclusivamente por dois meses, mas não ganhou peso suficiente e por orientação da pediatra, iniciamos a fórmula. Eu entendo que não há regras absolutas, cada maternidade é única. Temos que fazer sempre o melhor pelos nossos filhos. Lembro que tinha muito medo dele parar de mamar, mas não aconteceu, ele alternava entre mamadeira e peito tranquilamente. Assim fomos até quase três anos. Até hoje pede pra mamar, ficaram nas lembranças os nossos momentos de carinho, chamego e conexão.
O leite materno tem nutrientes que desenvolvem o sistema imunológico, pois transmite da mãe o que o bebê precisa. A mulher também se beneficia, a recuperação do parto é mais rápida, além de ocorrer menos risco de câncer de mama para quem amamenta, segundo especialistas.
É um desafio e por isso trouxe essa reflexão hoje. Amamentar é preciso, sim! Entretanto, temos que ter empatia com a mãe que não consegue, seja por qual motivo for.
Minha mãe já dizia: amamente, minha filha! Melhor leite não há, mas também dê formula se for preciso, não deixe meu neto com fome!